2015 Ano internacional da Luz - 2014 Ano Internacional da Agricultura Familiar -2013 Ano Internacional da Matemática - 2012 Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos - 2011 Ano Internacional das Florestas - 2010 Ano Internacional da Biodiversidade - 2009 Ano Internacional da Astronomia
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Virada do ano terá a segunda Lua cheia do mês de dezembro
Na noite de quinta-feira (31) quem olhar para o céu para acompanhar a queima de fogos do réveillon poderá ver também a segunda Lua cheia do mês de dezembro – a primeira ocorreu no dia 2. Normalmente, cada fase da Lua ocorre apenas uma vez por mês, no entanto, a cada 2,7 anos o fenômeno conhecido como Blue Moon (Lua Azul) é visível na Terra.
A última vez que o fenômeno ocorreu foi em maio de 2007 e a próxima apenas em agosto de 2012. Desde 1999, uma segunda Lua cheia não era vista na noite do dia 31 de dezembro.
De acordo com Jorge Ramiro de la Reza, astrofísico e pesquisador do Observatório Nacional, assim como os anos bissextos a ocorrência do fenômeno da repetição de uma fase da Lua no mesmo mês é algo normal e previsível. “A mecânica celeste rege todos os movimentos do sistema solar. Dentro dessa mecânica há situações, como o Blue Moon, que se repetem de tempos em tempos”, explica.
Como o mês lunar - o período para que a Lua complete seu ciclo - tem 29 dias, a cada 2,7 anos um mês do ano tem duas vezes a mesma fase da Lua. "É uma questão de calendário e de ciclos", explica o astrônomo e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Othon Winter.
No entanto, apesar do nome, não espere que a Lua apareça no céu com outra cor, a não ser a de sempre. Não há nenhuma relação. O nome surgiu de uma interpretação errada da revista “Sky & Telescope”, em 1946.
Naquele ano, o astrônomo amador James Hugh Pruett (1886-1955), usou a expressão - até então utilizada apenas pelo "Almanaque do Fazendeiro do Maine" para designar a terceira Lua cheia de uma estação do ano – para dar o nome ao fenômeno.
Neste ano, a segunda Lua cheia de dezembro será visível nos Estados Unidos, Canadá, Europa, América do Sul e África. Na Austrália e na Ásia, a Lua cheia somente poderá ser observada na manhã do dia 1º de janeiro. (Fonte: G1)
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Ciência e saúde / espaçoCELULAR RSS O Portal de Notícias da Globo
24/12/09 - 11h40 - Atualizado em 24/12/09 - 12h10
Tripulação da estação espacial se prepara para comemorar Natal
Complexo orbital será concluído em 2010.
Com gorros natalinos, a tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) é fotografada enquanto conversa com suas bases na Rússia, Japão e Estados Unidos. A foto foi tirada no Módulo de Serviço Zvezda (na seção russa da ISS). Na fila da frente estão o comandante de turno da ISS, o americano Jeffrey Williams (à direita) e o russo Maxim Suraev. Na fila de trás (da esquerda para a direita) estão o russo Oleg Kotov, comandante da Soyuz, o americano T.J. Creamer e o japonês Soichi Noguchi.
Tripulação da ISS se prepara para comemorar o Natal
O complexo espacial é habitado desde 2 de novembro de 2000. A uma velocidade de 28 mil quilômetros por hora, a estação orbita a Terra 16 vezes por dia a cerca de 400 km de altitude, monitorando 90% da superfície do planeta. A ISS é uma parceria das agências espaciais de EUA, Rússia, União Europeia, Japão e Canadá. Quando estiver concluída, em 2010, vai pesar 363 toneladas. A tripulação completa é composta por 6 astronautas/cosmonautas, com a missão de conduzir experimentos científicos e preparar futura exploração da Lua e de Marte .
Com 'aposentadoria' dos ônibus espaciais americanos, serão as naves Soyuz as responsáveis pelo transporte de astronautas e cosmonautas à ISS.
Custo de viagem por pessoa em uma nave Soyuz é de aproximadamente US$ 50 milhões
Foi numa nave como essa que o brasileiro Marcos Pontes viajou para a ISS.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Caçadores de planetas
Caçadores de planetas: Irmão Sol, irmãs Terras
Agência Fapesp - 14/12/2009
A 61 Virginis pode ser vista da Terra a olho nu. Ela se encontra a 28 anos-luz da Terra na constelação de Virgem, que, nesse período do ano pode ser observada algumas horas antes do nascer do Sol.[Imagem: NASA]
Estrelas parecidas com o Sol
Um grupo internacional de caçadores de planetas acaba de descobrir quatro novos desses corpos celestes em órbita de duas estrelas relativamente próximas e que são muito parecidas com o Sol.
Os planetas foram encontrados por astrônomos australianos, britânicos e norte-americanos, com a ajuda dos telescópios Anglo-Australiano e Keck, localizados respectivamente na Austrália e no Havaí.
O grupo não observou os planetas diretamente, tendo usado para a detecção o efeito Doppler, que mede como os planetas são atraídos pela gravidade das estrelas dos sistemas de que fazem parte.
Gêmea do Sol
Dos planetas descobertos, três orbitam a estrela 61 Virginis, que é praticamente uma gêmea do Sol, tamanha a semelhança entre as estrelas. As massas dos planetas variam de 5,3 a 24,9 vezes a massa da Terra.
"Esses planetas são especialmente instigantes. Estão próximos, em tamanho, à Netuno, que tem 17 vezes a massa da Terra. Aparentemente, há muitas estrelas parecidas com o Sol que contam com planetas dessa massa ou menor. Isso indica um caminho para descobrirmos planetas menores que podem ser rochosos e com condições favoráveis ao suporte da vida", disse Chris Tinney, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, um dos autores do estudo que será publicado em breve no Astrophysical Journal.
A 61 Virginis pode ser vista da Terra a olho nu. Ela se encontra a 28 anos-luz da Terra na constelação de Virgem, que, nesse período do ano pode ser observada algumas horas antes do nascer do Sol.
Olhando para casa
O quarto planeta descoberto é bem maior, com massa semelhante à de Júpiter, e orbita a estrela 23 Librae, também parecida com o Sol. A estrela está a 84 anos-luz da Terra na constelação de Libra. É o segundo planeta observado nessa constelação, após o primeiro em 2006. O novo planeta tem uma órbita de 14 anos, um pouco maior do que a de Júpiter, que é de 12 anos.
"O que detectamos nesse sistema estelar é muito parecido com o que encontraríamos em nosso Sistema Solar se o estivéssemos observando a distância", disse Simon O'Toole, do Observatório Anglo-Australiano, outro autor da descoberta.
Outro ponto destacado pelos pesquisadores é a colaboração entre equipes e instrumentos, com o uso conjunto, no caso, de dois potentes telescópios. "Com essa colaboração, teremos uma excelente chance de identificar, nos próximos anos, planetas potencialmente habitáveis em órbita de estrelas próximas", disse Paul Butler, do Instituto Carnegie, em Washington, outro autor do estudo.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
NASA confirma descoberta de água e "substâncias intrigantes" na Lua
Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/11/2009
NASA confirma descoberta de água e
A água lunar, acumulada na forma de gelo, pode conter incrustrações com informações geológicas importantes sobre as origens de todo o Sistema Solar.
A NASA anunciou nesta sexta-feira que descobriu uma "grande quantidade" de água na Lua durante um experimento realizado no mês passado, quando a sonda LCROSS chocou-se com o interior da cratera Cabeus.
Dois impactos
A LCROSS era formada por duas partes. A primeira consistia no último estágio do foguete que a lançou ao espaço, chamado Centauro. A segunda era a sonda propriamente dita.
As duas se separaram algumas horas antes do impacto. Logo depois a LCROSS acionou seus foguetes em uma manobra de frenagem que a deixou cerca de 600 quilômetros de distância do projétil Centauro. Isso criou um atraso de cerca de 4 minutos entre o projétil e a sonda.
Com os dois segmentos seguindo o mesmo curso, o objetivo era que a LCROSS observasse a nuvem de poeira e detritos levantada pelo Centauro. A sonda também chocou-se contra o solo lunar depois de transmitir seus dados para a Terra.
Há água na Lua
A NASA havia criado uma grande expectativa quanto à nuvem de poeira que se levantaria durante o impacto, acionando um batalhão de astrônomos amadores para fotografar o evento. Mas a nuvem de detritos levantada foi muito menor do que o esperado e só pode ser observada pelos instrumentos precisos da LCROSS.
"De fato, sim, nós encontramos água. E nós não encontramos um pouquinho, nós encontramos uma quantidade significativa", disse Anthony Colaprete, cientista responsável pela missão.
Segundo Colaprete, os dados indicam que o impacto levantou algo em torno de 90 a 100 litros de água. Não foram divulgados dados sobre a quantidade estimada de detritos lançados na atmosfera, o que impede um cálculo percentual.
Substâncias intrigantes
A identificação de água na Lua é importante por motivos científicos: se ela estiver depositada lá há bilhões de anos na forma de gelo, pode conter incrustações com informações geológicas importantes sobre as origens de todo o Sistema Solar.
Mas a presença de água também poderia ser importante para futuras expedições tripuladas e para uma eventual base lunar.
Os cientistas afirmaram que os dados são preliminares e que as futuras análises deverão detalhar melhor a presença de água na cratera.
Segundo Colaprete, "junto com a água em Cabeus, há pistas de outras substâncias intrigantes." Mais detalhes, contudo, terão que esperar a publicação dos artigos científicos, o que deverá ser feito após a conclusão das análises.
Em Setembro último, uma sonda espacial indiana também havia encontrado sinais de água na Lua.
Fonte:Redação do Site Inovação Tecnológica
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Começou a V Jornada Espacial
Estudantes participam da V Jornada Espacial
Coordenação de Comunicação Social- Agência Espacial Brasileira
29-10-2009
A Agência Espacial Brasileira (AEB) promove, a partir deste domingo (01/11), em São José dos Campos (SP), a V Jornada Espacial. Até 6 de novembro, 60 estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas de 22 estados e do Distrito Federal participarão de visitas aos institutos, oficinas, cursos e palestras voltadas ao setor espacial.
A Jornada Espacial, uma das ações do programa AEB Escola, busca despertar nos jovens o interesse pela área espacial, revelar novos talentos e permitir aos alunos um contato direto com pesquisadores das áreas de Astronomia e Astronáutica. O evento também é uma oportunidade para os estudantes demonstrem seus conhecimentos e habilidades.
Durante a semana, alunos e professores visitarão o Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Observatório Astronômico do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), entre outros órgãos. Nesta edição, serão abordados temas como o contexto histórico da corrida espacial e seus benefícios, a astronomia espacial, os satélites e as plataformas, a tecnologia GPS, a robótica, o veículo lançador de satélites, as ciências espaciais e o Programa Espacial Brasileiro.
Os participantes da Jornada foram selecionados, em maio deste ano, por meio da Olimpíada de Astronomia e Astronáutica (OBA), organizada anualmente pela AEB em conjunto com a Sociedade Astronômica Brasileira (SAB). Mais de 864 mil alunos de 10 mil escolas de todo o país participaram da OBA, que visa popularizar o ensino de Astronáutica e de Astronomia junto a educadores e estudantes. Para participarem, as escolas cadastradas recebem todo o material didático sobre os assuntos abordados na prova olímpica.
Programação – A solenidade de abertura das atividades será no domingo (01), às 16h, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP). Na segunda-feira (2), haverá palestra com o astronauta brasileiro Marcos Pontes que abordará a Missão Centenário. Outro destaque será a palestra na quarta-feira (4), de Petrônio Noronha de Souza, chefe do Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Inpe, com o tema “Satélites e Plataformas Espaciais”. No dia 6, os benefícios da era espacial serão abordados pelo professor José Bezerra Pessoa Filho, do DCTA.
Atividades
01/11os Eventos / Palestrantes
- 16h30 - Solenidade de Abertura da V Jornada Espacial - DCTA
- 17h30 às 18h30 - O Programa Nacional de Atividades Espaciais e o Programa
AEB Escola – palestrante Dr. Thyrso Villela Neto (AEB)
02/11
- 08h30 às 10h - O Contexto Histórico da Corrida Espacial – palestrante Dr. José Bezerra Pessoa Filho (IAE/DCTA)
10h30 às 12h - A Missão Centenário – palestrante Ten. Cel. Av. Marcos Pontes (Astronauta)
- 14h às 15h30 - Experimentos Didáticos de Astronomia em Sala de Aula – palestrante Prof. Dr. João Batista Canalle (UERJ)
16h às 17h30 - Construindo Foguetes – palestrante Dr. Guido Damilano (IAE/DCTA)
03/11
- 08h30 às 10h – Passeio ao Centro de Visitantes do Inpe
- 10h30 às 12h – Visita ao Laboratório de Integração e Testes (LIT/Inpe)
- 14h às 15h30 – Interpretando Imagens e Satélites – palestrante Dra. Elisabete Caria Moraes (Inpe)
16h às 17h30 – Experimentos Didáticos de Astronomia em sala de aula – palestrante Prof. Dr. João Batista Canalle (UERJ)
- 18h30 às 20h30 – Observação Noturnaário Eventos / Palestrantes
Professores
04/11
- 08h30 às 10h – Satélites e Plataformas Espaciais – palestrante Dr. Petrônio Noronha de Souza (Inpe)
- 10h30 às 12h – Meteorologia e Ciências Ambientais – palestrante M.Sc. Marcos Barbosa Sanches (Inpe)
- 14h às 14h45 – O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) – palestrante Prof. Luis Carlos Rossato (ITA/DCTA)
- 15h às 16h – Visita ao Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB)
- 16h30 às 18h – Lançamento de Foguetes – palestrante Dr. Guido Damilano (IAE/DCTA)
05/11
- 08h30 às 10h – O Veículo Lançador de Satélites (VLS) – palestrante M.Sc. Danton J. Villas Boas (IAE/DCTA)
- 10h30 às 12h – A Tecnologia GPS – palestrante Dr. Leandro Toss Hoffmann (Inpe)
- 14h30 às 15h30 – Os Satélites de Comunicação e a Televisão – palestrante Eng. Sandro Sereno (TV Vanguarda)
- 16h30 às 18h30 – Temática Espacial em sala de aula, A Exploração Espacial, a Robótica e Aprimorando os Foguetes de Garrafa Pet – palestrantes professores Izaias Cabral Filho e Jaime Pereira Antunes (SEDF)
06/11
- 08h30 às 10h – Os benefícios da Era Espacial – palestrante Dr. Bezerra Pessoa Filho (IAE/DCTA)
- 10h30 às 12h – As Ciências Espaciais no Ano Internacional da Astronomia – palestrante Prof. Dr. José Leonardo Ferreira (AEB Escola/AEB)
- 16h às 18h30 – Encerramento
SERVIÇO
V Jornada Espacial – Agência Espacial Brasileira (AEB) – Programa AEB Escola
01 a 6 de novembro
São José dos Campos (SP)
domingo, 18 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
O primeiro passo na Lua podia ter sido de uma mulher
Jerrie Cobb, candidata a astronauta: limitações incontornáveis
Reportagem da Wired mostra que várias mulheres participaram dos testes para a escolha dos astronautas que seriam os pioneiros do programa espacial americano. E mostra que elas foram tão bem quanto os homens nas provas. Em um dos casos, para testar sua capacidade de tolerar privação de sentidos, elas ficaram em um tanque escuro com água fria durante seis horas. Já John Glenn, o primeiro astronauta americano a entrar em órbita da Terra, passou por teste semelhante, mas bem menos exigente: ficou três horas num quarto apenas mal-iluminado, e ainda recebeu papel e caneta para matar o tempo.
Gente da Nasa disse que as mulheres testadas foram preteridas porque não tinham experiência em vôos militares, já que não podiam se alistar na Força Aérea. E há quem diga que, na verdade, o problema era a menstruação.
Fonte: Marcos Guterman, Seção: Estados Unidos, História 11:30:53
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Astrônomos descobrem anel gigante na órbita de Saturno
Cientistas da Nasa (Agência Espacial americana) descobriram um anel gigante em torno de Saturno, em cujo espaço caberiam 1 bilhão de planetas do tamanho da Terra.
Sua parte mais densa fica a cerca de 6 milhões de quilômetros de Saturno e se estende por outros 12 milhões de quilômetros, o que o torna o maior anel de Saturno. A altura do halo é 20 vezes maior que o diâmetro do planeta.
"Trata-se de um anel superdimensionado", definiu a astrônoma Anne Verbiscer, da Universidade da Virgínia em Charlottesville e uma das autoras de um artigo sobre a descoberta publicado na revista científica Nature.
"Se ele fosse visível a partir da Terra, veríamos o anel com a largura de duas luas cheias, com Saturno no meio", comparou a cientista.
Quase invisível
Verbiscer e seus colegas utilizaram uma câmera de infravermelho a bordo do telescópio espacial Spitzer para fazer uma "leitura" de uma parte do espaço dentro da órbita de Phoebe, uma das luas de Saturno.
Segundo a astrônoma, o anel é praticamente invisível por telescópios que utilizam luz, já que é formado por uma fina camada de gelo e por partículas de poeira bastante difusas.
"As partículas estão tão distantes umas das outras que mesmo se você ficasse em pé em cima do anel, não o veria", disse Verbiscer.
Os cientistas acreditam que a lua Phoebe é que contribuiu com o material para a formação do anel gigante, ao ser atingida por cometas.
A órbita do anel está a 27 graus de inclinação do eixo do principal e mais visível anel de Saturno.
Mistério
Os cientistas acreditam que a descoberta do anel poderá ajudar a desvendar um dos maiores mistérios da astronomia - a lua Iapetus, também de Saturno.
A lua foi descoberta pelo astrônomo Giovanni Cassini em 1671, que percebeu que ela tinha um lado claro e outro bastante escuro, como o conhecido símbolo yin-yang.
Segundo a equipe de Verbiscer, o anel gira na mesma direção de Phoebe e na direção oposta a Iapetus e às outras luas e anéis de Saturno.
Com isso, o material do anel colide constantemente com a misteriosa lua, "como uma mosca contra uma janela".
Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2009/10/091007_saturnoanelml.shtml
Por Wesley Machado
O Clube de Astronomia Louis Cruls em parceria com a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima e a Secretaria Municipal de Educação, e com apoio da Space Generation Advisory Council, traz a Campos no dia 17 de novembro de 2009, o astronauta norte-americano Edwin “Buzz” Aldrin. Na oportunidade, Buzz Aldrin ministrará, às 19:30, no Teatro Trianon, a Conferência “Minha Jornada Buscando Alcançar as Estrelas- e Caminhando na Lua”, onde contará detalhes da Missão Apollo XI, que levou o homem à Lua pela primeira vez há 40 anos.
Aldrin também estará no Jardim São Benedito no dia 17 de novembro, às 16 horas, quando conversará com crianças do programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), do Pró-Jovem e com estudantes da rede pública de ensino. Todo o evento terá entrada gratuita, mas as vagas são limitadas (se inscreve no link acima).
Biografia- Edwin Eugene Aldrin Jr. Nasceu em New Jersey no dia 20 de janeiro de 1930. Ex-coronel e piloto da Força Aérea dos Estados Unidos, foi o segundo homem a pisar na Lua, em 20 de julho de 1969, como tripulante do módulo lunar Eagle, da Missão Apolo XI, a primeira a pisar no satélite. Buzz Aldrin tem tido um contado com o público com mais intensidade do que o seu companheiro de missão Neil Armstrong, um homem extremamente reservado, que fugiu dos holofotes da fama mundial após o histórico vôo para ser professor de engenharia de seu estado natal.
Aldrin deixou a NASA após o passeio lunar, voltou à Força Aérea num cargo gerencial e passou a fazer palestras em todo o mundo promovendo a exploração espacial, sendo que nunca veio ao Brasil- esta será aprimeira vez e, justamente, em Campos. Extrovertido, bem humorado, culto, dublou a si próprio em séries de televisão americana como Os Simpsons. Presbiteriano fervoroso, interpretou um reverendo num filme para a televisão inglesa sobre a Apolo XI. Presbítero da igreja Webster Presbyterian Chuch, do Texas, causou polêmica com a NASA ao comungar na Lua.
Semana Mundial do Espaço- Nesta terça-feira (06), a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, em parceria com o Clube de Astronomia Louis Cruls e a Secretaria Municipal de Educação integrou-se às comemorações da ‘Semana Mundial do Espaço’ (4 a 10 de outubro) com um planetário inflável no ISEPAM, atendendo convite daquele educandário. Na oportunidade, os alunos e professores participaram, durante todo o dia, de palestras sobre a importância da conquista do espaço para toda a humanidade, principalmente no avanço tecnológico proporcionado pela “corrida espacial”.
As comemorações da ‘Semana Mundial do Espaço’, estabelecida pela ONU em 1999, começaram no dia 04, domingo, em diversos países. O dia 04 marca o começo da conquista do espaço com o lançamento da Sputinik, em 1957. Este ano, o tema escolhido foi ‘Espaço para a Educação’ e, juntamente com a Semana Mundial do Espaço, comemora-se o Ano Internacional da Astronomia, também estabelecido pela ONU para lembrar os 400 anos das observações feitas por luneta pelo astrônomo Galileu Galilei.
Dada a importância desses eventos em todo o mundo, mas principalmente nos EUA, o presidente Barack Obama vai abrir a Casa Branca para, junto com estudantes do ensino médio, comemorar o evento nesta quarta-feira, dia 07, quando colocará à disposição dos alunos mais de 20 telescópios para observação dos fenômenos celestes. O mundo inteiro comemora, ainda, os 40 anos da conquista da lua, quando a Missão Apollo XI fincou a bandeira americana no solo lunar. Michael Collins, Neil Armstrong e Edwin Aldrin foram os astronautas que ficaram na história pelo feito. Mas pisaram o solo lunar apenas o Armstrong e, 18 minutos depois, o Aldrin. Até hoje, apenas 12 astronautas pisaram na lua.
Fonte: Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima
sábado, 26 de setembro de 2009
Sonda espacial indiana encontra água na Lua
Água na Lua
Usando dados de um instrumento da NASA a bordo de uma sonda espacial indiana, cientistas descobriram moléculas de água nas regiões polares da Lua.
As observações foram feitas pelo instrumento Moon Mineralogy Mapper, ou M3, a bordo da sonda espacial indiana Chandrayaan-1, que deixou de funcionar há algumas semanas. As sondas Cassini e Epoxi, da NASA, confirmaram o achado.
Os dados revelaram as moléculas de água ocorrem em quantidades que são maiores do que o previsto, mas ainda relativamente pequenas. Também foram encontradas hidroxilas no solo lunar, moléculas constituídas de um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio.
"Encontrar água congelada na Lua tem sido uma espécie de Santo Graal para os cientistas há muito tempo", disse Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária da NASA. "Esta descoberta surpreendente foi possível graças à criatividade, à perseverança e à cooperação internacional entre a NASA e a Organização de Pesquisas Espaciais da Índia.
Absorção do infravermelho
O espectrômetro M3 mediu a luz refletindo-se a partir da superfície da Lua no comprimento de onda infravermelho, dividindo a espectro em porções pequenas o suficiente para fornecer um novo nível de detalhamento na composição da superfície do satélite.
Quando a equipe analisou os dados do instrumento, eles descobriram que os comprimentos de onda da luz que estavam sendo absorvidos eram consistentes com os padrões de absorção de moléculas de água e de hidroxila.
Apenas moléculas
"Quando dizemos 'água na Lua' nós não estamos falando de lagos, mares ou mesmo poças d'água", explicou Carle Pieters, principal cientista do M3. "Água na Lua significa moléculas de água e de hidroxila que interagem com as moléculas de rocha e poeira especificamente nos milímetros superiores da superfície da Lua."
Veja o link: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1130369-7823-CIENTISTAS+DESCOBREM+AGUA+NA+LUA,00.html
A equipe do M3 encontrou moléculas de água e hidroxilas em diversas áreas da região ensolarada da superfície da Lua, mas a assinatura da água apareceu mais forte nas latitudes mais elevadas da Lua.
Já se suspeitou da existência de moléculas de água e hidroxila anteriormente, a partir de dados coletados durante um sobrevoo da sonda Cassini sobre a Lua, em 1999, mas os resultados nunca foram publicados.
"Os dados do instrumento da VIMS da Cassini e do M3 são muito parecidos", disse Roger Clark, um cientista do Serviço Geológico dos Estados Unidos e membro das duas equipes. "Nós vemos tanto água quanto hidroxila. Embora a abundância não seja conhecida com exatidão, pode existir até 1.000 moléculas de água por milhão no solo lunar. Para colocar isso em perspectiva, se você recolher uma tonelada da camada superior da superfície da Lua, você pode obter até 900 gramas de água."
Com se estima que essas moléculas de água estejam apenas no milímetro superior da superfície lunar, para recolher uma tonelada de solo lunar seria necessário coletar o milímetro superior de uma área de 1.000 metros quadrados. Ainda não é possível estimar a tecnologia que seria necessária para separar essas moléculas do solo para se obter água líquida.
A descoberta de moléculas de água e de hidroxila na Lua levanta novas questões sobre a origem da "água da Lua" e seus efeitos sobre a mineralogia lunar. As respostas a estas questões serão estudados e debatidos durante os próximos anos.
Bibliografia:
Character and Spatial Distribution of OH/H2O on the Surface of the Moon Seen by M3 on Chandrayaan-1
C. M. Pieters et al.
Science
September 24, 2009
Vol.: Published Online
DOI: 10.1126/science.1178658
Fonte:Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/09/2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
sábado, 25 de abril de 2009
Hubble 19 anos em órbita
domingo, 12 de abril de 2009
FAZEM 48 ANOS QUE O PRIMEIRO SER HUMANO ENTROU NA ÓRBITA DA TERRA
domingo, 22 de março de 2009
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
O Mensageiro das estrelas
O mensageiro das estrelas
Colunista mostra como observações feitas por Galileu há 400 anos mudaram nossa forma de ver o céu
Em época de férias, temos a chance de sair um pouco de nossa rotina. No verão, a procura é maior pelo litoral, principalmente nas cidades mais agitadas. Porém, alguns escolhem lugares isolados e distantes dos grandes centros, geralmente no interior ou em praias mais afastadas. Além da tranquilidade e sossego, essas localidades permitem observar o céu de uma forma que não é mais possível na maioria das cidades. Infelizmente, a poluição luminosa esconde um belo espetáculo. É uma pena, pois olhar para um céu estrelado é uma experiência que costuma ficar marcada para sempre em nossa memória.
Galileu Galilei (1564-1642), o cientista italiano que nos ensinou a olhar para o céu de maneira diferente, pintado por Domenico Robusti. Em comemoração às suas observações pioneiras feitas ao telescópio há 400 anos, 2009 é o Ano Internacional da Astronomia.
Observar o céu talvez seja uma das mais antigas atividades humanas. Desde o florescer da consciência, o homem primitivo admirava as estrelas e outros fenômenos astronômicos, como estrelas cadentes (que não passam de meteoros cruzando a atmosfera terrestre), as fases da Lua e eclipses solares e lunares. Muitos desses eventos foram registrados na forma de pinturas rupestres nos interiores de cavernas.
Como esses fenômenos não eram compreendidos, suas causas eram atribuídas a intervenções divinas. Por esse motivo, vários povos imaginavam que as configurações de estrelas representassem mitos e divindades. Essas disposições de estrelas são chamadas de constelações. Praticamente todas as civilizações representaram, em determinada época, as suas crenças, deuses, e mitos nas estrelas. A humanidade aprendeu a contar as suas histórias com estrelas.
A maioria das atuais constelações vem desde a Grécia Antiga. Os gregos perceberam também que alguns dos pontos brilhantes no céu não permaneciam no mesmo lugar, mas ‘caminhavam’ entre as estrelas. A estes corpos eles deram o nome de “planetas”, que significa “corpos errantes”. As formas das constelações e o nome dos planetas foram dados em função das suas lendas e mitos. Por exemplo, o maior planeta do Sistema Solar recebe o nome da divindade romana Júpiter (o equivalente do grego Zeus), que era considerado o rei dos deuses.
Ampliando o alcance da visão
Há cerca de 400 anos a única forma de se observar o céu era a olho nu. Entretanto, uma pessoa com extraordinário talento descobriu que poderia utilizar uma combinação de lentes para ampliar o alcance da sua visão. Ele recebera a notícia que, em outubro de 1608, o fabricante de lente holandês Hans Lippershey (1570-1619) havia patenteado um aparelho que permitia fazer que objetos distantes parecessem mais próximos. Em pouco tempo ele construiu o seu próprio instrumento que aumentava nove vezes. Em menos de um ano construiu um outro que aumentava cerca de 30 vezes. Ao apontar para o firmamento esses equipamento, o céu nunca mais foi o mesmo. O responsável por essa revolução: o italiano Galileu Galilei (1564-1642).
As primeiras observações de Galileu foram feitas no ano de 1609. Utilizando a luneta que construíra, ele descobriu um novo universo inimaginado totalmente desconhecido na época. Em particular, ele descobriu que existiam montanhas e crateras na Lua e que a forma desta não era perfeita, como imaginavam os filósofos gregos. (Estudos recentes indicam que o britânico Thomas Harriot (1560-1621) pode ter usado o telescópio para observações da Lua alguns meses antes de Galileu.)
A foto mostra Io, um dos quatro satélites observados por Galileu em torno de Júpiter, hoje chamados de satélites galileanos. A descoberta de que há corpos na órbita de outros planetas foi um dos argumentos de Galileu em favor do modelo heliocêntrico do Sistema Solar.
A partir das sombras projetadas pelas montanhas, Galileu pôde estimar até sua altura. Na época, ele estimou que as montanhas lunares fossem maiores que as terrestres. Contudo, no início do século 17 ainda não se conheciam direito o Himalaia e os Andes e Galileu comparou a altura em relação aos planaltos vizinhos às montanhas, e não ao nível do mar. A maior montanha da Lua conhecida hoje, com 5,5 km de altura, é o monte Huygens, nome dado em homenagem ao astrônomo holandês Christiaan Huygens (1629-1695).
As descobertas de Galileu foram muito além das observações lunares. Ao apontar sua luneta para as constelações, ele pôde observar que existiam muito mais estrelas do que os olhos podiam ver. Ele também constatou que a nebulosidade leitosa da Via-Láctea consistia em milhares de estrelas. Em alguns meses, o universo conhecido se expandiu de uma forma nunca antes feita.
Entretanto, o maior feito de Galileu naquela época foi, segundo a ele próprio, a descoberta de “novos planetas” ao redor de Júpiter. Galileu descobriu quarto satélites na órbita desse planeta em janeiro de 1610. Eles receberam a denominação de Io, Europa, Ganimedes e Calisto.
Marco importante
Hoje, o feito de Galileu pode ser repetido por qualquer câmera digital de baixo custo. No entanto, há 400 anos, este foi um dos marcos mais importantes da ciência. Na época existia a discussão entre o sistema geocêntrico e o heliocêntrico. O primeiro advogava que a Terra estava no centro do universo e que todos os corpos celestes giravam ao seu redor. O segundo defendia que o Sol era o centro e não a Terra: todos os planetas giravam em torno dele – com exceção da Lua, que orbitava a Terra.
A descoberta de Galileu mostrou que existiam outros corpos circulando outros planetas. Além disso, em observações posteriores, ele mostrou que os planetas Mercúrio e Vênus apresentavam fases semelhantes às da Lua. Isso somente poderia acontecer se estes planetas orbitassem o Sol.
O quadro acima, pintado por Cristiano Banti em 1857, mostra Galileu Galilei diante da Santa Inquisição. Galileu foi obrigado pela Igreja Católica a renegar tudo o que dissera em favor da teoria heliocêntrica. Reza a lenda, porém, que ele teria dito a meia-voz, referindo-se à Terra: "E no entanto ela se move".
Galileu foi o grande defensor do sistema heliocêntrico. A sua tenacidade em defender suas ideias levou-o a ser perseguido pela Igreja, sendo condenado a abjurar publicamente tudo o que defendera fervorosamente. Por isso, em 22 de junho de 1633, há 375 anos, aos 70 anos de idade, Galileu teve que ler uma confissão perante o Santo Ofício da Inquisição.
Uma lenda diz que, ainda postado de joelhos após ler a negação de tudo que tinha defendido durante a vida, ao levantar-se, Galileu murmurou: “E pur, si muove!” – “e, no entanto, ela se move!”. Ele passou o resto da sua vida em prisão domiciliar e morreu cego no dia 8 de janeiro de 1642, na cidade de Florença, Itália, aos 78 anos.
A condenação de Galileu somente foi reconhecida formalmente como um erro pelo Vaticano em 31 de outubro de 1992, no final do século 20. Nessa época, já fazia 23 anos que o homem tinha ido à Lua e as espaçonaves Voyager 1 e 2 já tinham explorado Júpiter e enviando fotos espetaculares das Luas descobertas por Galileu.
2009 foi declarado o Ano Internacional da Astronomia para comemorar os 400 anos das primeiras observações de Galileu. As descobertas astronômicas aqui apresentadas foram reunidas em um pequeno livro publicado em março de 1610 chamado Sidereus Nuncius – “O mensageiro das estrelas”.
O recado que o mensageiro trouxe foi sem dúvida um dos mais importantes da ciência. A ousadia de Galileu de enxergar mais longe nos levou para mais próximo das estrelas e ainda hoje inspira muitos amantes da astronomia.
Adilson de Oliveira
Departamento de Física
Universidade Federal de São Carlos
16/01/2009
Colunista mostra como observações feitas por Galileu há 400 anos mudaram nossa forma de ver o céu
Em época de férias, temos a chance de sair um pouco de nossa rotina. No verão, a procura é maior pelo litoral, principalmente nas cidades mais agitadas. Porém, alguns escolhem lugares isolados e distantes dos grandes centros, geralmente no interior ou em praias mais afastadas. Além da tranquilidade e sossego, essas localidades permitem observar o céu de uma forma que não é mais possível na maioria das cidades. Infelizmente, a poluição luminosa esconde um belo espetáculo. É uma pena, pois olhar para um céu estrelado é uma experiência que costuma ficar marcada para sempre em nossa memória.
Galileu Galilei (1564-1642), o cientista italiano que nos ensinou a olhar para o céu de maneira diferente, pintado por Domenico Robusti. Em comemoração às suas observações pioneiras feitas ao telescópio há 400 anos, 2009 é o Ano Internacional da Astronomia.
Observar o céu talvez seja uma das mais antigas atividades humanas. Desde o florescer da consciência, o homem primitivo admirava as estrelas e outros fenômenos astronômicos, como estrelas cadentes (que não passam de meteoros cruzando a atmosfera terrestre), as fases da Lua e eclipses solares e lunares. Muitos desses eventos foram registrados na forma de pinturas rupestres nos interiores de cavernas.
Como esses fenômenos não eram compreendidos, suas causas eram atribuídas a intervenções divinas. Por esse motivo, vários povos imaginavam que as configurações de estrelas representassem mitos e divindades. Essas disposições de estrelas são chamadas de constelações. Praticamente todas as civilizações representaram, em determinada época, as suas crenças, deuses, e mitos nas estrelas. A humanidade aprendeu a contar as suas histórias com estrelas.
A maioria das atuais constelações vem desde a Grécia Antiga. Os gregos perceberam também que alguns dos pontos brilhantes no céu não permaneciam no mesmo lugar, mas ‘caminhavam’ entre as estrelas. A estes corpos eles deram o nome de “planetas”, que significa “corpos errantes”. As formas das constelações e o nome dos planetas foram dados em função das suas lendas e mitos. Por exemplo, o maior planeta do Sistema Solar recebe o nome da divindade romana Júpiter (o equivalente do grego Zeus), que era considerado o rei dos deuses.
Ampliando o alcance da visão
Há cerca de 400 anos a única forma de se observar o céu era a olho nu. Entretanto, uma pessoa com extraordinário talento descobriu que poderia utilizar uma combinação de lentes para ampliar o alcance da sua visão. Ele recebera a notícia que, em outubro de 1608, o fabricante de lente holandês Hans Lippershey (1570-1619) havia patenteado um aparelho que permitia fazer que objetos distantes parecessem mais próximos. Em pouco tempo ele construiu o seu próprio instrumento que aumentava nove vezes. Em menos de um ano construiu um outro que aumentava cerca de 30 vezes. Ao apontar para o firmamento esses equipamento, o céu nunca mais foi o mesmo. O responsável por essa revolução: o italiano Galileu Galilei (1564-1642).
As primeiras observações de Galileu foram feitas no ano de 1609. Utilizando a luneta que construíra, ele descobriu um novo universo inimaginado totalmente desconhecido na época. Em particular, ele descobriu que existiam montanhas e crateras na Lua e que a forma desta não era perfeita, como imaginavam os filósofos gregos. (Estudos recentes indicam que o britânico Thomas Harriot (1560-1621) pode ter usado o telescópio para observações da Lua alguns meses antes de Galileu.)
A foto mostra Io, um dos quatro satélites observados por Galileu em torno de Júpiter, hoje chamados de satélites galileanos. A descoberta de que há corpos na órbita de outros planetas foi um dos argumentos de Galileu em favor do modelo heliocêntrico do Sistema Solar.
A partir das sombras projetadas pelas montanhas, Galileu pôde estimar até sua altura. Na época, ele estimou que as montanhas lunares fossem maiores que as terrestres. Contudo, no início do século 17 ainda não se conheciam direito o Himalaia e os Andes e Galileu comparou a altura em relação aos planaltos vizinhos às montanhas, e não ao nível do mar. A maior montanha da Lua conhecida hoje, com 5,5 km de altura, é o monte Huygens, nome dado em homenagem ao astrônomo holandês Christiaan Huygens (1629-1695).
As descobertas de Galileu foram muito além das observações lunares. Ao apontar sua luneta para as constelações, ele pôde observar que existiam muito mais estrelas do que os olhos podiam ver. Ele também constatou que a nebulosidade leitosa da Via-Láctea consistia em milhares de estrelas. Em alguns meses, o universo conhecido se expandiu de uma forma nunca antes feita.
Entretanto, o maior feito de Galileu naquela época foi, segundo a ele próprio, a descoberta de “novos planetas” ao redor de Júpiter. Galileu descobriu quarto satélites na órbita desse planeta em janeiro de 1610. Eles receberam a denominação de Io, Europa, Ganimedes e Calisto.
Marco importante
Hoje, o feito de Galileu pode ser repetido por qualquer câmera digital de baixo custo. No entanto, há 400 anos, este foi um dos marcos mais importantes da ciência. Na época existia a discussão entre o sistema geocêntrico e o heliocêntrico. O primeiro advogava que a Terra estava no centro do universo e que todos os corpos celestes giravam ao seu redor. O segundo defendia que o Sol era o centro e não a Terra: todos os planetas giravam em torno dele – com exceção da Lua, que orbitava a Terra.
A descoberta de Galileu mostrou que existiam outros corpos circulando outros planetas. Além disso, em observações posteriores, ele mostrou que os planetas Mercúrio e Vênus apresentavam fases semelhantes às da Lua. Isso somente poderia acontecer se estes planetas orbitassem o Sol.
O quadro acima, pintado por Cristiano Banti em 1857, mostra Galileu Galilei diante da Santa Inquisição. Galileu foi obrigado pela Igreja Católica a renegar tudo o que dissera em favor da teoria heliocêntrica. Reza a lenda, porém, que ele teria dito a meia-voz, referindo-se à Terra: "E no entanto ela se move".
Galileu foi o grande defensor do sistema heliocêntrico. A sua tenacidade em defender suas ideias levou-o a ser perseguido pela Igreja, sendo condenado a abjurar publicamente tudo o que defendera fervorosamente. Por isso, em 22 de junho de 1633, há 375 anos, aos 70 anos de idade, Galileu teve que ler uma confissão perante o Santo Ofício da Inquisição.
Uma lenda diz que, ainda postado de joelhos após ler a negação de tudo que tinha defendido durante a vida, ao levantar-se, Galileu murmurou: “E pur, si muove!” – “e, no entanto, ela se move!”. Ele passou o resto da sua vida em prisão domiciliar e morreu cego no dia 8 de janeiro de 1642, na cidade de Florença, Itália, aos 78 anos.
A condenação de Galileu somente foi reconhecida formalmente como um erro pelo Vaticano em 31 de outubro de 1992, no final do século 20. Nessa época, já fazia 23 anos que o homem tinha ido à Lua e as espaçonaves Voyager 1 e 2 já tinham explorado Júpiter e enviando fotos espetaculares das Luas descobertas por Galileu.
2009 foi declarado o Ano Internacional da Astronomia para comemorar os 400 anos das primeiras observações de Galileu. As descobertas astronômicas aqui apresentadas foram reunidas em um pequeno livro publicado em março de 1610 chamado Sidereus Nuncius – “O mensageiro das estrelas”.
O recado que o mensageiro trouxe foi sem dúvida um dos mais importantes da ciência. A ousadia de Galileu de enxergar mais longe nos levou para mais próximo das estrelas e ainda hoje inspira muitos amantes da astronomia.
Adilson de Oliveira
Departamento de Física
Universidade Federal de São Carlos
16/01/2009
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Galileu Galilei e sua luneta
JC e-mail 3674, de 06 de Janeiro de 2009.
O ano da astronomia, artigo de Marcelo Gleiser
A visão que temos hoje do cosmo se deve a dois homens que, há 400 anos, acreditaram nas próprias ideias
Marcelo Gleiser é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo". Artigo publicado na “Folha de SP”:
Começou a grande festa dos céus. 2009 é o Ano Internacional da Astronomia. Por todo o mundo, centenas de conferências, palestras, livros e documentários irão celebrar a ciência dos céus. No Brasil, entre várias celebrações, telescópios serão distribuídos em escolas.
Por que 2009? Em 1609, dois eventos marcaram o início de uma nova era: o italiano Galileu Galilei apontou o seu telescópio para os céus, mudando definitivamente a nossa concepção dos astros e, mais importante, o nosso lugar no cosmo.
No mesmo ano, o astrônomo alemão Johannes Kepler publicou o seu "Astronomia Nova", que, como já diz o título, propôs uma nova astronomia, baseada na descrição das causas por trás dos movimentos celestes: planetas giram em torno do Sol devido a uma força e não por estarem presos a esferas de cristal. Na mesma obra, Kepler mostra que as órbitas planetárias, por milênios descritas como sendo circulares, são, na verdade, elípticas.
Tanto na obra de Galileu quanto na de Kepler, são os dados e as observações cuidadosas que determinam a nova ciência dos céus. Galileu não inventou o telescópio. A descoberta é atribuída a um holandês, em 1608. O que Galileu fez foi aperfeiçoar o instrumento, aumentando a sua potência.
A sua grande sacada foi usar o instrumento para estudar o céu noturno, com o intuito de criticar a filosofia de Aristóteles e seus seguidores. Para o grego, os astros eram feitos de uma substância eterna e perfeita, o éter ou quintessência. Nos céus, ao contrário do que ocorria da Lua para baixo, nada mudava. A Terra ocupava o centro do cosmo, imóvel.
O que Galileu viu contrariava isso tudo. A Lua era coberta de crateras e montanhas, longe de ser uma esfera perfeita. Saturno tinha "orelhas", e Júpiter, quatro satélites. Imagino a emoção que Galileu deve ter sentido ao ver pela primeira vez na história as quatro maiores luas de Júpiter.
A descoberta foi devastadora para o modelo geocêntrico de Aristóteles: se Júpiter, um planeta, tinha luas, a Terra não era tão diferente assim. Nesse caso, não seria mais razoável adotar o arranjo proposto pelo polonês Copérnico em 1543, onde o Sol era o centro do cosmo e a Terra só um planeta em seu redor?
Defender o cosmo de Copérnico tornou-se a cruzada de Galileu. Ele foi contra tudo e todos, principalmente a igreja. Essa história já foi contada muitas vezes. Galileu criticou os teólogos cristãos, argumentando que a Bíblia não ensina como o céu vai, mas como vamos ao céu.
Infelizmente, o que Galileu tinha de gênio lhe faltava em diplomacia. Insistindo, acabou sendo condenado a abjurar a doutrina copernicana e a passar o resto de seus dias em prisão domiciliar. Sua história mostra o quanto a coragem intelectual de alguns muda o destino de muitos. E, de forma mais concreta, como a história da civilização depende da evolução dos instrumentos. A cada vez que um novo instrumento nos permite ver mais longe, ou nos abre novas janelas para mundos que antes eram invisíveis, aprendemos mais sobre a natureza e sobre nós mesmos.
Johannes Kepler nos mostrou que não devemos impor nossos preconceitos no mundo. Lutou contra si mesmo para tirar o círculo dos céus. Se o fez, foi por acreditar na precisão dos dados e das observações acima de sua expectativa de uma perfeição estética.
Como conto em "A Harmonia do Mundo", ao atribuir causas aos movimentos celestes, Kepler rompe com o obscurantismo do passado, inaugurando a nova ciência dos céus. A visão que temos hoje do cosmo e de nós mesmos se deve, em grande parte, à visão desses dois homens que, 400 anos atrás, tiveram a coragem de acreditar nas suas ideias.
(Folha de SP, 4/1)
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