terça-feira, 10 de dezembro de 2013

CBERS Satélite Sino Brasileiro

Direto do Jornal da Ciência

JC e-mail 4871, de 09 de dezembro de 2013
2. Satélite CBERS-3 retorna à Terra, diz governo brasileiro
Em parceria com o governo chinês, o equipamento foi lançado na madrugada de segunda-feira, mas houve falha no funcionamento do veículo lançado durante o voo


Após lançamento exitoso, cientistas do Brasil e da China não conseguiram estabelecer comunicação com o satélite Cbers-3, lançado na madrugada desta segunda-feira da base chinesa de Taiyuan, a 760 quilômetros de Pequim. Segundo informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Aviação, houve uma falha de funcionamento do veículo lançador durante o voo e, consequentemente, o satélite não foi posicionado em órbita. De acordo com a nota, "avaliações preliminares sugerem que o CBERS 3 tenha retornado ao planeta".

Engenheiros chineses responsáveis pela construção do veículo lançador estão avaliando as causas do problema e o possível ponto de queda. Os dados obtidos mostram que os subsistemas do CBERS 3 funcionaram normalmente durante a tentativa de sua colocação em órbita.

Brasil e China vão discutir como antecipar montagem e lançamento do CBERS 4. O programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS, na sigla em inglês) gera imagens da superfície do território brasileiro, e entre suas funções, estão zoneamento agrícola, monitoramento de desastres naturais e acompanhamento de alterações da cobertura vegetal, principalmente na Amazônia.

Satélite custou R$ 160 milhões
O CBERS 3 seria o quarto satélite do programa a entrar em órbita. Os três satélites anteriores operaram adequadamente. Este novo satélite custou R$ 160 milhões ao governo brasileiro.

De acordo com José Carlos Neves Epiphanio, coordenador de aplicações do Programa Cbers, uma equipe de funcionários do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) acompanhou o lançamento de São José dos Campos (SP) até 3h, informou o G1.

Ele disse que o foguete Longa Marcha 4B, veículo lançador de satélites, decolou normalmente e todos os estágios para liberação do equipamento na órbita tinham funcionado, incluindo o mais crítico, que é a abertura dos painéis solares - essencial para manter a bateria do Cbers-3 carregada.

Mas, durante a passagem do satélite pela Antártica, Epiphanio disse que o equipamento "aparentemente" apresentou problemas de altitude, deixando em alerta as equipes que acompanhavam o satélite de recursos terrestres no Brasil e na China, que tentaram rastreá-lo.

Segundo o G1, a unidade do Inpe de Cuiabá (MT), responsável por receber todos os dados do Cbers, tentou detectar alguma "anomalia", termo utilizado pelos pesquisadores para definir possível perda do equipamento ou o extravio da órbita, mas não conseguiram se comunicar com o satélite.

Quando o satélite passou pela China, os cientistas da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast, na sigla em inglês) também não leram quaisquer sinais do Cbers-3.

Programa espacial começou em 1988
O programa CBERS começou em 1988 por Brasil e China para o desenvolvimento conjunto de satélites de observação da Terra. As imagens do CBERS são distribuídas gratuitamente a qualquer usuário pela internet. O Inpe distribui cerca de 700 imagens por dia para centenas de instituições ligadas a meio ambiente.

O satélite CBERS-3 representa uma evolução em relação aos anteriores, segundo o Inpe. Neste satélite, a participação brasileira amplia-se para 50%; até então, cabia ao Brasil 30%, elevando o país à condição de igualdade com o parceiro.


(O Globo)


Outras matérias sobre o lançamento de hoje:

Zero Hora
Lançamento fracassa e satélite brasileiro em parceria com a China não entra em órbita

Folha online
Fracassa lançamento de satélite brasileiro em parceria com a China

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